Rocinha subindo a montanha!
E a gente subindo a ladeira principal.
A comunidade começa a alegrar-se colorindo-se!
De tudo um pouco!
e a vista que vai se abrindo...
O castelinho azul!
E a brejeira recepção!
As escadas do castelinho!
O orgulho do sr Francisco e a paisagem ao fundo: Cristo Pão de Açúcar e Lagoa!
Da laje a melhor visão da Pedra da Gávea e Floresta da Tijuca!
A alegria das crianças: Luis Fabiano, Milena e Giovana!
E a nossa emoção!
Na despedida uma imagem eternizada!
Tenho olhos romantizados para a Rocinha. Quando a vejo pendurada no morro, encosto de lado as minhas ideias sociais e políticas sobre o caso e empresto aos meus olhos uma visão poética!
De dia ela é um quadro vivo e a noite é um chão de estrelas!
Me toca tanto imaginar como essa gente usou a criatividade para construir seus barracos, uns sobre os outros, utilizando todos os espacinhos até alcançar o ponto mais alto da montanha!
Sem infraestrutura, sem apoio, e por sua própria conta e risco construiram uma cidade!
Antes da pacificação eu já nutria a curiosidade de visitar a Rocinha, mas não queria fazer de jipinho, um tipo de passeio preparado para os turistas estrangeiros. Me imaginava lá, indo com alguém da comunidade assim informalmente.
Dessa vez encontramos um assistente dos parapentes que morou 15 anos por lá e que combinou ir dirigindo o nosso carro à tão esperada visita.
Marquinhos foi subindo a grande ladeira principal da comunidade e acenando para todos os seus amigos, foi nos mostrando o comércio: quitandas, açougues, restaurantes, creches, lojas e até um banco.
Até um certo ponto fomos de carro, depois ele nos sugeriu que continuássemos a pé, para de lá apreciar melhor a vista.
Lá no cume ao lado de um bar, avistei uma construção azul no formato de um castelinho e da varanda o sr Francisco de Assis nos convidava para uma visita.
Aceitamos imediatamente. Sua neta Giovana veio abrir a porta toda brejeira, fomos subindo os degraus de ladrilhos brancos e limpinhos que contornava o castelinho. Em cada andar morava um de seus filhos com suas respectivas famílias.
Mas o melhor desse momento estava na laje. Lá estava o orgulho do sr Francisco, a alegria das crianças com a visita e a vista mais completa e linda do Rio!
Enquanto nos distraíamos com as crianças e a paisagem, sr Francisco nos contava satisfeito como tinha sido difícil construir seu castelinho com um salário tão curto.
Elogiei seu esforço, sua determinação e o bom gosto da casa. Ele completou com uma luminosidade no olhar: hoje meu barraco é o mais valorizado da Rocinha!
Nesse momento meu coração se uniu à satisfação daquele homem e acabou ficando do tamanho daquela comunidade!
Na despedida, lindo foi o sr Francisco e seus três netos acenando pra gente! Ali tinha alegria, tinha uma imensa sensação de paz! minha intuição estava certa, mais que qualquer coisa para mim, salvo todos os problemas, essa é a verdade da Rocinha!